domingo, agosto 31, 2008

Im memorian.

A algum tempo to querendo fazer esse post. Mas acho que eu ainda não estava assim tão pronta. Mas agora eu acho que chegou a hora.

Eu tinha dois poodles no Brasil, um nasceu em fevereiro de 1999 e foi lá para casa pequenininho, Milou. E Balu que nasceum em julho de 2000.

Eu fiz uma homenagem ao terrier de pêlo duro do Tintin. Quem conhece desenho animado e HQ tá me acompanhando. O outro Balu, em homenagem ao urso amigo de Mogli, o menino lobo, e por que ele era grandão. Um daqueles poodles que a gente leva para o Proncon por que o criador nos convenceu que ele não ia crescer. Entretanto não reclamei.

Balu morreu em 2004 quando ambos tiveram doença do carrapato. Balu teve Erliquose e Babesiose jutno com uma horrível mialgia que quase me desorientou. E depois de muitas complicações e quando a gente achava que ele já tava melhor ele teve uma cirrose. A barriga dele inchou tanto que eu fiquei com medo de deixar ele em casa, com minha mãe que não dirige e as quinas de móveis para ele não se espetar. Levei para uma clínica maravilhosa infelizmente ele teve que ficar internado.
Eles cuidavam dele como se fose um bebezinho. Puseram um paninho no habitáculo que ele estava internado cobertor sempre tinha alguém controlando se ele tava bem. E até pessoas para levá-lo para passear.

Balu era todo festa. E posso dizer o cachorrinho mais fofo do mundo. Claro era meu!
E ainda era gentil. Acordava de manhã com minha mãe que o botava as seis para fazer xixi, e depois vinha cumprimentar e acordar, claro, cada um de nós com uma patinha peluda e macia na dançando sobre nossa barriga. Eu lembro que o Milou que era ciumento e razinza tinha ataques de eplepsia às vezes, ao nos ver brincando com o Balu. E a cada ataque Balu ficava do lado do Milou e ali mesmo com ele rosnando rabugentamente. Lembro que eles tinham duas bolinhas ouriço que o Milou adorava correr para pegar. O Milou era um poodle toy e o Balu um poodle pequeno.Como eu vivia mudando e voltando a morar com meus pais, eu ainda tinha no meu quarto várias caixas de livros da última mudança e empacotadas para a próxima. O Milou queria pegar a bolinha laranja e não conseguia o Balu que era maior, levantou o corpo pegou a bola e pos do lado do Milou. O resto não preciso contar né?

Milou morreu de repente esse ano, adoeceu de uma crise aguda de diabetes. Mesmo eu tendo pedido aos meus pais para não darem comida a ele.Eles insistiam e ficavam com peninha e bla bla bla. Era uma salsicha, um pedaço de carne, pão de queijo. Ele resistiu ali comigo vários anos. O veterinário havia me dito que ele estava acima do peso então eu levava ele sempre para dar uma volta a cada vez que íamos fazer xixi. Eu morava num apartamento que sonho em comprar e sempre que tocava o interfone ele saia correndo como quem ia atender. De manhã ele ia fazer o xixi dele sozinho no ralo do banheiro de serviço ou no ralo do box. E voltava a sau almofadinha. E eu limpava o banheiro quando acordava com desinfetnte. No frio ele se escondia para não descer para fazer o numero 2. Quando eu vinha para Áustria eu sempre morria de saudades dele. Ele era um companheiro e tanto. Mesmo eu tendo muita alergia que foi ficando mais forte a cada ano eu não queria dá-lo a ninguém. Mas chegou o tempo dele e ele se mandou foi ficar um tempinho lá com papai do céu dos cachorrinhos que eu acho que deve ser um super grande São Bernardo. Eu como acredito em reeincarnação quero ter esses dois cachorrinhos de volta sempre que eu tiver um espaço. Que ele voltem logo para nós nos divertir muito.

O bicho na porta

Então era meio de janeiro. Um frio lascado.Aliás, um dos poucos dias de frio daquele inverno. Eu assim meio sonolenta as duas da tarde, sem nada interessante na televisão para assistir, mesmo assim eu forço a barra e fico rezando para acontecer algo nesse mundinho de meu Deus. E assisto CNN.
Toca o interfone e a vozinha lá de baixo que eu escuto pela janela fala com Franz:
- Ich bins...- feliz da via. Cochilei de novo.

Eu por um segundo cochilei. Franz volta para a sua caverna de guitarras e amplificadores, leiam minha sala. E volta a ser o alienado da casa... Não sei como ele ouviu o interfone,deve ter sido em um momento coincidente entre a ida ao banheiro ou cozinha e a volta ao seu mundo de instrumentista virtuose. De repente acordo com alguém batendo a porta.

Olho pelo o olho mágico,... Não sei por que diabos fiz isso! Acho que naquele inverno recebíamos sempre duas visitas:sogrinha e Wolfie. Wolfgang o amigo de Franz que tirou férias no inverno e a esposa o expulsava de casa quando cansava dele. E olha que ele tem muito para fazer. Merece um post.

Quando olhei, e dessa vez não era Wolfie, mas era algo estranho... eu vi um monte de pelos. Da cabeça aos pés, quer dizer até onde eu podia ver. Um enorme urso. Não eu não delirava. Comecei a ter medo. E percebi que o urso tinha minha sogra na boca.
- Frannnnzzzzz vem acudir sua mãe que tá aqui na boca do bicho imenso.
Gritei no meu pensamento, mas em seguida pensei, tá to na terra de Chapéuzinho vermelho mas melhor não exagerar.
E pensei:
- Gisele, depois do Bruno não tem mais ursos na Áustria, todos pediram asilos aos zoológicos.
Tá eu não uso nenhuma droga. Sério, não como nem chocolate com licor da cacau. Mas eu pensei com muita calma nessa hora...
- Gisele, você deve estar dormindo ainda. Levantou sem acordar. Abra a porta logo.
Enquanto isso o bicho insiste em bater na porta balançando a cabeça com sogrinha na boca. Abre logo, abre logo!

Abri a porta! E levei um susto ainda maior.Que me fez acordar de vez. Claro não era um urso marrom que havia engolido sogrinha. Era sim sogrinha vestida da cabeça, cabeça com chapéu(claro!), ao pés com um casaco de peles de um bicho que eu não consegui identificar. E agora o que eu diria para os meus amigos ativistas? E o meu discurso contra o maltrato aos animais. E etc. E a minha tentativa de ser simpatizante ao PETA. E agora como fica toda essa ideologia.

Guisella... Guisela - chamava ela... Sem saber que eu estava em estado de choque.
Mas ela dizia que passava antes por algum motivo por que ia passear não sei onde. Chique no último. E eu lembrando de Milou, Balu, Floc os Ramisters do meu irmão e todos os cachorrinhos que brinquei na rua. E se foi no mesmo pé que veio.

Eu fiquei ali de pé na porta vendo o animal vestido com cara de minha sogra desvanecendo nos degrais da escada.
Eu hein...

Depois perguntei a Franz?
- Você sabia que sua mãe tem um bicho no armário???...
Franz sem tirar os dedos da Pevey disse com o menor interesse:
- Hein?...

sábado, agosto 30, 2008

Comprando nos catálogos

Uma coisa que nunca entendi por aqui é como alguém pode escolher a roupa que quer comprar numa revista. Está bem, Avon, Natura, Tuperware, até vai... Mas comprar uma calça jeans num catálog é um pouquinho demais. Além da questão da experiência de comprar. Tá bom eu já comprei até máquina de lavar na internet. Mas eu fiz a pesquisa sobre entrega, e já tinha amigas que tinham a mesma máquina. E que diga-se de passagem ela funciona até hoje linda loira e japonesa como diz André.

Agora outra coisa é chegar um catálogo com um monte de roupa que eu não sei de onde saiu e tentar acreditar que o tamanho 42 que tá lá lindo na modelo que usa um 36 vai caber em mim do mesmo jeito... Aqui o povo faz isso. Meu namorido principalemente.
O engraçado é que ele pede 2 modelos. E o que servir e cair melhor ele fica.
O problema é que ele nunca fica com nada. E a qualidade do produto, claro, é bem pior que a que aparece no catálogo.

A história é que o bagulho do catálogo, vende de camiseta a colchão. Comprar colchão sem experimentar é lama... Mas eu me divirto mais na porta do correio. Por que boa parte do que é comprado é devolvido. A vantagem é que voce só paga depois que recebe. E se não gostar manda de volta. Imagina isso no Brasil! Eu me divirto muito por aqui. Rs.

Roupa de Verão

Eu acho que eu já disse que esse povo não tem controle sobre o calor que sente.
Ano passado o Verão bombou e eu só tinha o pseudo ventila-aquecedor que minha sogra generosamente me deu. E digo: não segurou a onda!

Deu saudade do circulador de ar que eu tenho no Brasil catorze da Arno que venta em 3 posiçoes diferentes. Fraco, mais ou menos, e agora vai! No Brasil ele não dava muita conta por que eu morava em um apartamento que a sala ficava para o poente. O que significa que eu não podia ficar em casa no inverno... Hehehe a época mais quene de Brasilia agosto e setembro. Quente e seco. Como no deserto.

O que eu quero contar aqui foi da minha primeira entrevista.
Era em Revista famosa austriaca. No talvez dia mais quente do ano de 2007. Hehehee.
Num prédio chiquérrimo no sexto andar. Esse prédio é de um grupo que tem uma emissora de tv e várias revistas. Pouca porcaria não. Um grupo austríaco estilo Grupo Abril. Após horas me arrumando me decidi por uma saia de jersey fresquinha com a minha velha blusa laranja de suples. Show... Sapatilhas bailarina e cabelinho comportadíssimo num coque cheio de gel... para o friz da neguinha não saltar.
Pois fui. Atravessei a cortina de fogo. Uma passarela entre o prédio novo e o velho
e me dirigi ao sala do prédio velho. Toquei a campainha e uma mocinha veio me atender.
Mini saia, mini baby look, e descalça... Susto total. Pensei eles deixam trabalhar assim aqui??? Ou ela é a estagiária que começou hoje???
Mas tudo bem... Ela foi chamar o chefe para me entrevistar... Super! Ele veio e a mocinha junto com mais um cara que não sei por quê não estava de bermuda. E qual não foi a surpresa???? A mocinha era editora da redação!!! Meu queixo quase caiu.Mas como e to na fase "volta olho, volta olho ,volta!" a um bom tempo. Segurei o queixo.
Mas olha que eu não via coisa assim a uns 40 anos.Nem nas atrocidades que se cometem com a moda no ambiente bancário...
Mas esse ano eu parei de ver a galera descalça e de camisola pelas ruas. O calor foi bem mais amigável. E deu para sobreviver. E agora sonho com o Outono. E as folhas nem amarelas estão. Espero que elas lembrem de cair como em Brasília.
Por que alguém vai ter que dar um simancol a ela e dizer... Vamos embora galera que o inverno tá chegando...

Piriguetes de plantão

Vai chegando o outono e eu vou lembrando da moda por aqui. Eu sempre digo do alto dos meus quase quarenta anos completos que sou sortuda por não ter filhas. Aqui e se eu tivesse não ia ser difícil reconhecer a menos que ela por acasos da genética não nascesse negra ou mulata. Mas isso é outra história.

Mas o que me desafia é que vejo todas as mocinhas como se tivessem sido clonadas. Todas usando o mesmo cabelinho partido para o lado. Cabelo preto pintado com a raiz voltando a cor, no inverno a jaquetinha branca com pelo no capuz. A calça skinny super hiper na moda cintura baixa que faz a barriga sempre ficar aparecendo. Eu só queria saber o que é ter a barriguinha de fora com a temperatura de -15 graus.

O piecing no nariz e outro no canto da boca no melhor estilo pinta Marilyn Monroe cibernética. Tenis sneater que não é um tenis não é um mocassim mas todo mundo tem, da marca puma ou um falsificado. Eu tenho o falsificado. Graceland 19 euros numa loja de ponta de estoques e copias chamada Deichman de origem inglesa. Pensa que eu não compro lá.

Mas eu acho que como todo mundo sai meio cedo de casa, os pais não têm tanto problema em fazer reconhecimento na porta da escola... Mas que fica tudo igual, ahh como fica...

Mas o melhor mesmo são as mulheres que andam de salto agulha e meia calça finissima no inverno. Uma amiga disse que é por que os homens acham sexy. E como todo mundo aqui tem a síndrome ne não posso ficar para a tia de ninguém. Pronto baixa a dominadora e todo mundo vai de Scarpin salto 15 no meio da rua da lama preta. A propósito lama preta é como fica a neve misturada com o óleo dos carros. Uma lama só... E tem gente que acha chique.

Mas como diz uma amiga minha mulher elegante e adolescente não sentem frio, não usam bolsa, e não tem vontade de ir ao banheiro. Vai saber.

Vou preparar minhas gavetas para o Inverno por que esse ano dizem que ele promete.

Pechincha




O que mais gosto em Viena é a temporada de promoções.
No fim de cada estação tem um descontaço de 50% como diz a Cris, das Esforçadas, se aparecer aqui uma mulher que não fica louca com promoções eu danço no meio da Karlzplatz* na hora do rush, a boquinha da garrafa seguida do Segura o Tcham e o Créu.
Acontece que aqui do meio para o final do Inverno e do meio para o final de verão, algumas lojas como Sisley e Zara enlouquecem e fazem um mercado de pulgas a Sisley queima tudo por mais ou menos 10, 5, 2 euros. E a pobre estudante desempregada com namorado cinquentão indeciso sem um puto. Enlouquecida, do tipo que só vai a Maria Hilf de camisa de força.
Mas esse anos eu consegui, fiz um trampo de férias. Falei ao telefone com o mundo inteiro... Tá vou descontar. Só a Europa. Outra hora eu conto. Ganhei uma graninha tipo 450 euros por 18 dias de trabalho de 5 horas.
Vamos em frente... Eu consegui entrar na Humanic e comprar dois pares de sapato. Cada um por 10 euros uma economia incomensurável.Tá o sapato tinha uma fivela vermelha horrorosa como mostra a foto. Tá ele é todo vermelho mas a fita com a fivela vermelho metálico era o ruim de udo. Mas eu tirei a fivela com fita e tudo mais. E achei maravilhoso. Amei de coração. Eu adoro uma peça vermelha no meu guarda roupa. Agora não só tenho um sapato como tenho vestido e casaco. Show não?Por Dez euros vai até com a fivela mega brega.

Como diz meu amigo André o modelinho é 38 eu visto 46 não interessa aproveite o preço Nega. e ele nem é gay.

E esse ano eu bati meu record em promoções. Comprei uma calça jeans cintura baixa que a batinha que fiz segura a onda do barrigão... por nada mais nada menos €6 no além de uma jardineira pelo mesmo preço. A última calça que comprei custou 38 euros na C&A a dois anos.Franz não sabe como eu consigo. Ele é assíduo comprador de catálogo. Depois mostro... Isso merece outro post. Mas ao todo foram dois pares de sapato, uma jardineira bem composta e comprida, tecidos para fazer a bata que segura a onda da calça tudo por €56 me conta se no Brasil eu consigo essa façanha com lápis vermelho??? Sair com tudo isso e só pagar 150 reais? Em lojinhas de marca como Humanic e Springfiel,nenhuma alusão com Homer Simpson.

Bem o outro sapatinho é bem convencional, preto com bolinhas bege claro um sonho. e estilo boneca. Minhas amigas não acham meus sapatos convencionais. Mas quem acha né... Aos 40 a gente pode fazer tudo que quer até usar sapato vermelho, as pessoas passam a nos chamar de excentrica... Antes eu era descolada... é o tempo passando.

E franz sempre me pergunta:
-Para que tantos sapatos se você só tem dois pés?...
Tolinho!


*A estação de metro central de Viena. Algo comparável a estação da Carioca. Ou o terminal do Tietê em São Paulo.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Não há lugar como o lar.

Ontem saí fui a Viena. E tive um insight. Aqui na áustria tem um estereótipo para grande parte das pessoas. São os "Immer Rauzen Menschen" isso é dito para aquelas pessoas que reclamam de tudo todo o tempo. A comida nunca está boa. O tempo é ruim mesmo quando está fazendo sol. Se é frio é por que tá frio e poderia estar mais quente.Se está frio demais e não está nevando é um absurdo por que Natal sem neve é sem graça. Mas quando neva reclamam por que está nevando demais ou pouco. Resumindo nunca se satisfazem. Mas jamais reclamam daquelas coisas que são corretas. Como: ser mal atendido nas lojas. Aqui é uma instituição. Normalíssimo. Dizem que o austríaco é direto e seco. Eu como brasileira odeio as vendedoras das lojas nos shoppings brasileiros que ganham por comissão tentando me vender uma bermuda que ficou apertada e não tem o meu número. Ou me convencendo que aquela babylook vai ficar linda no meu corpinho quase 46. Isso é exagero e interesse puro. Mas às vezes sinto falta daqueles vendedores que dizem a gente a entrada da loja se precisar de algo estou aqui meu nome é fulano de tal.
Aqui as vezes preciso comprar coisas em lojas de eletrônicos e a cara do cidadão ao responder minha pergunta na maioria das vezes é de descaso, má vontade etc. Além de eu ter que ficar correndo uma semana atrás do vendedor em determinada sessão.
E quando acontece de sermos atendidos de forma digna fazemos quase uma festa. Franz, meu namorado diz que o vendedor é bastant amigável. Mas acho que vendedor aliás qualquer atendimento deve ser muito amigável. As pessoas devem ser amigáveis . Ou estou enganada?

Uma amiga me conta que uma vez foi a uma loja aqui de Viena com os dois filhos uma menina de quatro e um rapazinho de 12. E os tres tiveram que perseguir um vendedor.
E para lá das tantas quando já estavam quase desistindo o homem apareceu com má vontade. A diferença entre uma loja de departamento austríaca e uma brasileira é que o vendedor tem um salário bem razoável ganha líquido oito euros por hora, aproximadamente. Salário que é suficiente para pagar seu aluguel, transporte público de excelente qualidade, sua viagem de férias para alguma região tropical, como o Brasil, e o plano de saúde e aposentadoraa além do seguro desemprego. Sem contar os benefícios sociais dados pelo governo.E normalmente é o salário inicial. E nenhuma comissão.Esqueci alguma coisa??? Ahh sim esse trabalhador quando trabalha pelo menos seis horas tem dois 75 dias de férias por ano. Não vamos falar do feriado. Ele vai lá e faz o dele. Volta para casa reclama que trabalhou um monte pois deve ter dado algumas informações ao cliente. E não fica uma pendência para o dia seguinte.

Na minha luta para encontrar um emprego nesses dois anos, sempre acho engraçado. Pois aprendi na raça, como bancária no Brasil, o cliente sempre tem razão mesmo quando está errado. Mas aqui ainda não se descobriu que o cliente é quem dá lucro ao proprietário e é desse mesmo lucro que se paga o salário, aluguel do imóvel, a água e luz.

Mas nós brasileiros somos os descontentes. Pois o país nos recebe de braços abertos e estamos sempre reclamando de algo. De verdade não há lugar como o lar.

Eu particularmente odeio gente que reclama o tempo todo, de tudo sem razão. Eu reclamo daquilo que acho injusto. Não dá para dizer o tempo todo ai que frio, ou que calor. O tempo é o que é. Muita gente acha que eu sou assim "Immer Rauzen". Mas na verdade o que mais me aborrece aqui na austria é a displicência do atendimento. Eu e Franz fomos comprar uma peça para a pia do banheiro, em uma grande loja de materiais de construção, fomos ao vendedor, explicamos como era a peça, só não sabíamos o nome. Até por que não faria diferença alguma.Até desenharíamos se preciso. Entretanto o rapaz nos seus 25 anos olhou para a gente, não mudou de posição e disse: não tem isso aqui não. Franz, se deu por contente, embora irritado. Eu, não. Procurei outro vendedor com cara de "to aqui a mais tempo"e fiz Franz perguntar novamente. Este por sua vez não apenasdisse que tinha, como chamava e também mostrou o lugar.Era uma pessoa que devia trabalhar na loja há uns 10 anos. Não creio que ele tivesse puxado nosso saco, ou sido deselegante, mas foi atencioso e digno. fez o trabalho da melhor foram e não sei se tenha lhe custado a vida. Então é assim que funciona as coisas aqui devemos perguntar três vezes a pessoas diferentes. Isso cansa. E deixa a gente de mau humor e no fim vira uma guerra de nervos inacreditável.

Eu se sou maltratada ou tratada com desleixo em restaurante seja onde for costumo não ir mais. Seja aqui, no Brasil, ou na conchinchina. Eu acho que mesmo que não paguemos ou paguemos o ser humano merece ser repeitado. E também respeitar o outro
mas por aqui a rispidez e a secura se contrapõe a cordialidade. Alguém me disse na Itália é pior. Isso só vou saber quando eu estiver lá. Enquanto eu estou aqui eu quero ser bem tratada aqui. O dia que eu estiver na Itália eu critico ou elogio. Por enquanto eu sonho com a dignidade para todos os povos e atendimentos efetivos.