Meu pretexto para não revisar meu texto.

Achei esse texto do Veríssimo, no site dele mesmo. Eu que sou apaixonadíssima por Luís Fernando Veríssimo, do alto de seus 73 anos ele para mim só não é perfeito por que não é escorpiano como eu. Esse humor sarcástico, cortante, irônico(pleonasmo!) e bastante tropical eu conheço desdes de os tempos de escola de católica. Onde fui, graças ao bom Deus, incentivada a leitura. E por minhas mãozinhas de crianças já aos nove ou dez anos passavam, Veríssimo, Drummond de Andrade, Rubem Braga, CArlos Alberto Novaes, Carlos Heytor Cony, e tantos outros. Cresci lendo Fernando Sabino. E quem não é dessa geração de 68, 69, filho de milico ou de pais ripongas que não leram os livrinhos da série "Para Gostar de Ler da Editora Ática"? Eu não perdia um.
Um lançamento e deixava meus pais loucos. E hoje achei esse texto atribuido ao Veríssimo no site da Releituras.

E atribuo a ele a minha razão para escrever e não revisar minhas palavras. Preguiça mesmo, mas que a desculpa serve ahh como serve.



"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda."

(O Gigolô das palavras).