segunda-feira, dezembro 27, 2010

O milagre do brinco reencontradoI

Eu tenho um brinco que vivo perdendo. A primeira vez que o perdi, foi quando vim para cá pela segunda vez num inverno. Tirei o par e deixei um em cima do aparelho de som do Franz. Um caiu no chão e outro ficou lá em cima. Um dia antes de voltar ao Brasil percebi que havia perdido e no meio do estresse começamo a procurar. Franz achou o do som e eu achei o do chão. E claro coloquei na orelha. No hora de descer com mala, despedidas e etc. Perdi de novo. E Franz estressado resolveu não procurar. Tava lá em cima do som. Não preciso nem dizer que quando chegou em casa Franz lembrou onde estava e me ligou quando cheguei ao Brasil para dizer que no ano seguinte eu pegaria de volta. Como aconteceu.

E desde então eu vivo perdendo esse brinco. Que é um brinco de anzol(pendurar), sem fecho ou tarracha com uma pérola negra imperfeita dentro de uma circunferência de prata, e que todo inverno eu tenho a infeliz idéia de colocá-lo e perco para achá-lo um dia ou dois depois caído pelo quarto.

Mas da última vez foi algo engraçado. Eu estava saindo para um dia de batalha, para mais uma das minhas entrevistas, e de manhã cedo inverno eu me vestia enquanto vestia a roupinha de e o preparo do material para a aula de pintura em porcelana, resolvi trocar de brinco. Daí coloquei a roupinha de entrevista, pulover cachecol, botas(tem que ser antes se não o casaco não permite calçar sapatos)casaco, ops ia esquecendo de por os brincos.Touca e bolsa chaves e fui embora correndo, como sempre, para pegar o busão que no inverno tá sempre atrasado mas eu doida faço questão de ser pontual, Se eu perder só daqui a uma hora... Passei o dia em aulas, metros, correio, entrevista, etc. Quando cheguei em casa percebi que estava sem um dos brincos. Que para esse brinco particularmente um fica ou na toca ou enrolado na blusa. Procurei por todo meu quarto, mesa a roupa que tirei, e nada. Fiquei deprimida por dez minutos e tive que aceitar meu pensamento de que "os brincos se vão, mas as orelhas ficam". E voltei a normalidade. Pensando pena, a Sandra, a artesã da feira da torre que fez o brinco, não tem pérolas tão facilmente e nem sei se ela terá novamente. E quando será que irei ao Brasil novamente?

Duas semanas depois, ao retirar roupas da máquina de lavar, no meio da borracha da porta o que eu encontro? Algo reluzente, prateado, e pensei, ai meu Deus, a máquina já vai dar defeito, um parafuso perdido, e lá vou eu ter problema... E ao tirar o tal parafuso da máquina, qual não foi minha surpresa? O brinco perdido! Milagree, gritei, milagreee! Encontrei o brinco. Bem não sei como ele foi parar ali. Eu só me imaginava o dia inteiro andando com um brinco só. E aqui na Austria as pessoas que não tem intimidade conosco, nunca avisam se você perdeu um brinco, está com o rosto sujo, nariz melecado ou com o ziper aberto. E eu acho isso uma tremenda falta de consideração... Pensem! Passei o dia com um monte de gente na aula, no metro, no correio, na entrevista que achavam que eu era uma pirata que usa só um brinco, ou que estava lançando moda. Mas também com o exército da peneira com um sem número de piercings nas ruas quem liga para um brinco só? Isso aqui não chega nem a ser mico!

3 comentários:

Nadja Kari disse...

Eu também vivo perdendo brincos e logicamente são sempre os que amo... e nunca os que eu até ficaria feliz em perder ( talvez porque eu os use menos né?) hehehehe
Beijosss!

Hyadayha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edu Moreira disse...

Gisele, estive hoje com você no setor de câmbio do BB. Quer saber de um causo de verdadeiro milagre?! Dê uma checada no meu blog "Causos de Viajante" (www.causosdeviajante.blogspot.com.br) e vá para o post "Fernando de Noronha - O causo da aliança"! Depois me diga qual dos dois é mais milagre!!! Abs e prazer em lhe conhecer!!!