domingo, janeiro 08, 2012

O começo do recomeço...

Oi pessoal, tô de volta. Depois de muito pensar resolvi voltar a escrever. Tenho passado por momentos inquietantes após minhas férias no Brasil. Essa inquietação eu quero contar a vocês, não por exibicionismo, mas para ajudar ainda mais a ilustrar como é passar por esta situação em outro país. Que é o motivo desse blog. Além de ter também um lugar para poder reclamar na minha língua. Que é sempre bom e me ajudar a passar este tempo. Estive do fim de junho a meados de setembro no Brasil. E lá muitas coisas aconteceram, fui com meu marido docinho que tornou minha viagem quase impossível.Resultado eu passei 80 dias em um estresse monstruoso. No último mês de viagem eu fiz uma batelada de exames, o foco na verdade era alguns miomas, não me adaptei a ginecologista daqui que queria logo na primeira consulta retirar meu útero, sem nem me convidar para jantar nem ter uma conversinha esclarecedora. E como eu estava no meio de uma mudança(2010) louca de apartamento que mais uma vez o docinho me enlouqueceu, esqueci de fazer a mamografia, que então deixei para em 2011 no Brasil. E aí foi descoberto um nódulo, que todas amigas achavam que era mais uma vez o golpe do "nódulo BIRADS IVC", um índice moderado de suspeição de malignidade para tumores. Foi uma correria da moléstia, não sem ter mais estresses e uma montoeira de discussões com o marido austríaco que estava se achando o imperador da cocada preta no Brasil. E o um terrorismo feito pelas ginecologista, mastologista, que diga de passagem era simpatissíssima mas pareceia uma Barbie. Com direito a cabelinhos escovado para fora e unhas longas pintadas na cor pink. Lembrando que foi minha primeira mamografia, de lá pra cá já fiz umas três, e nem foi tão incômodo como diziam. Não tinha feito a tal mamografia por que completei os 40 anos aqui. E nunca achei um nódulo palpável em nenhum dos dos seios.E sem contar que nenhum médico após examinar minhas mamas me encaminhou para uma mamografia embora a minha ginecologista tenha teimado comigo. Além de que, eu não tenho nenhum caso de câncer de mama na família, não que seja conhecido. Fiz uma punção e voltei para Áustria. Uma volta conturbada para Viena, sentada no último assento do avião. Com um cara reclamando da viagem sem me deixar dormir. Seguida de um vôo Londres/Viena com turbulências longas. Diga-se de passagem que aquela máxima que os brasileiros dizem "quem tem änus tem medo", para não falar palavrão, foi comprovada com os passageiros de várias nacionalidades que enquanto o avião chacoalhava por vários minutos em turbulÊncias, seguravam com carinho seus orificios anais. E eu que segurava o meu por um motivo mais sério. TEntava, e consegui, dormir. Ao chegar rezava para a biópsia não ser o que se pensava. Fui até ao seu Valentim, lá no Gama, que é um médium que faz operações invísíveis. Fui por causa dos Miomas por que até então o resultado da biópsia não havia saído. Fui dois sábados seguidos. E acho que ajudou bastante. O meu diagnóstico.Que infelizmente foi comprovado com um Carcinoma, ductal invasivo, grau II. Que depois de ler descobri que a maioria dos Câncer de mama são do mesmo tipo que o meu. Bem antes de começar a contar a minha odisséia a vocês eu devo dizer que estou bem, já operada com a mama preservada, e no início do tratamento da quimioterapia que serão apenas 8 sessões. Muita coisa tem acontecido algumas engraçadas, outras tristes de observar em pacientes que fazem o tratamento no mesmo hospital que eu.

Nenhum comentário: