Então era meio de janeiro. Um frio lascado.Aliás, um dos poucos dias de frio daquele inverno. Eu assim meio sonolenta as duas da tarde, sem nada interessante na televisão para assistir, mesmo assim eu forço a barra e fico rezando para acontecer algo nesse mundinho de meu Deus. E assisto CNN.
Toca o interfone e a vozinha lá de baixo que eu escuto pela janela fala com Franz:
- Ich bins...- feliz da via. Cochilei de novo.
Eu por um segundo cochilei. Franz volta para a sua caverna de guitarras e amplificadores, leiam minha sala. E volta a ser o alienado da casa... Não sei como ele ouviu o interfone,deve ter sido em um momento coincidente entre a ida ao banheiro ou cozinha e a volta ao seu mundo de instrumentista virtuose. De repente acordo com alguém batendo a porta.
Olho pelo o olho mágico,... Não sei por que diabos fiz isso! Acho que naquele inverno recebíamos sempre duas visitas:sogrinha e Wolfie. Wolfgang o amigo de Franz que tirou férias no inverno e a esposa o expulsava de casa quando cansava dele. E olha que ele tem muito para fazer. Merece um post.
Quando olhei, e dessa vez não era Wolfie, mas era algo estranho... eu vi um monte de pelos. Da cabeça aos pés, quer dizer até onde eu podia ver. Um enorme urso. Não eu não delirava. Comecei a ter medo. E percebi que o urso tinha minha sogra na boca.
- Frannnnzzzzz vem acudir sua mãe que tá aqui na boca do bicho imenso.
Gritei no meu pensamento, mas em seguida pensei, tá to na terra de Chapéuzinho vermelho mas melhor não exagerar.
E pensei:
- Gisele, depois do Bruno não tem mais ursos na Áustria, todos pediram asilos aos zoológicos.
Tá eu não uso nenhuma droga. Sério, não como nem chocolate com licor da cacau. Mas eu pensei com muita calma nessa hora...
- Gisele, você deve estar dormindo ainda. Levantou sem acordar. Abra a porta logo.
Enquanto isso o bicho insiste em bater na porta balançando a cabeça com sogrinha na boca. Abre logo, abre logo!
Abri a porta! E levei um susto ainda maior.Que me fez acordar de vez. Claro não era um urso marrom que havia engolido sogrinha. Era sim sogrinha vestida da cabeça, cabeça com chapéu(claro!), ao pés com um casaco de peles de um bicho que eu não consegui identificar. E agora o que eu diria para os meus amigos ativistas? E o meu discurso contra o maltrato aos animais. E etc. E a minha tentativa de ser simpatizante ao PETA. E agora como fica toda essa ideologia.
Guisella... Guisela - chamava ela... Sem saber que eu estava em estado de choque.
Mas ela dizia que passava antes por algum motivo por que ia passear não sei onde. Chique no último. E eu lembrando de Milou, Balu, Floc os Ramisters do meu irmão e todos os cachorrinhos que brinquei na rua. E se foi no mesmo pé que veio.
Eu fiquei ali de pé na porta vendo o animal vestido com cara de minha sogra desvanecendo nos degrais da escada.
Eu hein...
Depois perguntei a Franz?
- Você sabia que sua mãe tem um bicho no armário???...
Franz sem tirar os dedos da Pevey disse com o menor interesse:
- Hein?...
Um comentário:
Interessante, fiz uma análise de uma propaganda de um cartão de crédito cujo o jovem se depara com um bicho-urso-sogro, depois de conhecer realmente o "bondoso" sogrão, o urso some de vista.
Claro que não é este o caso porém com tantas peraltisses de pensamentos, acreditaria que nesse local teria um lago ness 2, ou então pegadas de um macaco parente daquele famoso "falam que ele tem um pé grande".
Eis que repito a fala em questão:
Um convite para passeio naquele inverno austral?
-Desculpe, tenho que sair à casa da vovó, mas acho que ela está bem.
nota 9.9 já o 0,1 deixo para você arrumar sem recentimento os degraus.
Postar um comentário