Sim outro dia voltei para casa de trem.Antes de sair Docinho me disse olha tem o anúncio de um gato perdido lá em baixo na porta do prédio. Bem eu já disse que moramos em uma gemeind(comunidade) é algo tipo mini COHAB, mas de classe. Acho que eu já disse que em Viena tem construções de moradias sociais imensas como uma cohab de São Paulo. Mas a nossa só tem cinco predinhos de seis apartamentos cada. Qualquer predinho de quadra de brasília tem mais apartamento que a nossa comunidade.
Então voltei de uma reunião sábado a noite com uma amiga que mora nas redondezas peguei o trem e vim da estação até em casa a pé cheguei as nove e pouquinho.
Bem todo mundo sabe que meu forte é cachorro. Não sou muit assim com gatos. E o pior eles gostam de mim. Se arrastam por minhas pernas... enfim... fazem festinha para mim que não dou bola para eles. Eu admiro infinitamente a Cris, As esforçadas, que tem sete gatos e pega até gatinho na rua. Meu forte é cachorro eu gosto de brincar com cachorro gosto do pscicológico Oddie deles. Aquela cara babona e que espera gente na porta.
Bem mas eu vim andando a pé e de repente um gatinho pequeno me seguiu. Castanho, com cara do gatinho do Schrek fofo. E quanto mais eu andava mais ele seguia. A estação fica quinze minutos de casa e nesse dia me eu me amaldiçoei por não ter deixado a bicicleta na estação ao invés de ter ido de ônibus.
Fato que o gato me seguia com aquele olhar de gatinho amigo. Cheio de amizade passando entre as minhas pernas, correndo na minha frente como se soubesse para onde eu ia. Até que eu pensei. Será ele Karter? O gato então parou. Olhou para a minha cara fez aquela carinha do gato de botas do filme Schreck. E eu pensei opa...parou...Eu então segui para casa e lá vinha o gato atrás de mim. Lá pelas tantas o gato parou numa determinada rua e eu o perdi de vista. Não vou mentir que eu fiquei feliz por que não aguentava mais o gato a me seguir.
Cheguei em casa da portaria eu vi a foto do gato de novo. Falei:
- Docinho, vamos ligar. E ele que ás vezes tem uns ataques de lucidez mais forte que o meu disse:
-Não! Você trouxe o gato???
Como assim trouxe o gato, e eu sou alguém de pegar gato no colo, e na rua??? A descupem mas eu ainda não sou tão evoluída para pegar gato de rua e por no colo. Eu tenho medo de ter mais alergias, doenças que nunca sei o nome, e a tal da toxosplasmose. Não dá né...
-Não não tá comigo não. - disse eu.
-Então porquê você vai ligar? Se o gato estivesse aqui tudo bem...Mas ele não tá né?E está tarde da noite... Quem vai saber onde achar o gato no escuro.
E eu pensando naquela animalzinho indefeso no meio de uma noite austríaca cheia de perigos, gatos perigosos, telhados escorregadios,muros baixos...
Aí eu tive um ataque de loucura,e dos mais estranhos.
-Então, eu vou buscar! - Devo dizer que na hora eu fiquei com pena do bicho
E la fui eu com a bicicleta da minha sogra de 3 marchas. E uma lanterna na mão. Fui olhando em baixo de todos os carros. quando chegou o último carro, claro tinha que ter uam referencia a lei de Murphy, da rua vi sob um carro dois olhinhos brilhates, então fui me aproximando,aproximando, era ele. E lá estava eu quase debaixo do carro fazendo "meonw beichanu, beichanu meow..." quando ouvi Grrrwaarkx e o gato pulou o muro da casa ao lado e sumiu. Só deu para ver a bunda gorda de um gato de pelo menos uns 10 quilos.
Bem enfim achei o gato na porta de uma casa paradinho com outro gato, como pede para entrar chamei ele veio. Quis brincar rolou daqui rolou para lá. Mas deixar eu pegar que é bom nem moooorrrto como naquele samba da Marrom. Tentei e o gato corria daqui corria de lá.
Voltei para casa, Docinho me disse.
- Cadê o gato? O cara ligou e perguntou onde eu vocÊ achou...
Mifu, virou questão de honra. E agora. Eu disse com toda vontade. Lembrando que eu detesto gatos... heheheh
- Eu achei mas ele não me deixou pegar.
Docinho por sua vez.
- Eu te disse que isso não ia dar certo. Você só podia ligar se tivesse em posse do gato! Fala sério ele tá exagerando.
Sai fui lá. E novamente achei o gato saracoteando na frente da casa. Com uma cara de idiota toda suada. Vi uma mocinha saindo de uma casa vizinha da casa em que o gato estava assistindo televisão pelo lado de fora e perguntei:
- Ei você pode me ajudar. Eu estou procurando o gato do meu vizinho, enquanto pensava: - Doida você nem sabe quem é o dono do gato!- ele está perdido, eu acho que é esse aqui.
A resposta foi muito pior.
- Não, não eu conheço esse gato a anos e do Vizinho lá da frente que mora aqui a um tempão. -Secamente como se fosse aqueles personagens cavalos do Zé Mayer, bem no estilo austríaco.
Não vou mentir, fiquei desapontada. Pequei a bicicleta e o meu rabo enfiei entre as pernas e voltei para casa. Cheguei em casa Docinho disse que o cara tinha ligado e dito que o gato era maior, e como eu não pude percebido que o gato era tão grande???
E por acasou sou eu especialista em Gato! Tava só dando uma força por que detesto ver duas coisas, anúncio de animal perdido e criancinha perdida em Supermercado. Fora isso não me incomodo muito existencialmente com o mundo... Bicho perdido por que eu fico pensando no bichinho na chuva, no sol, sem comida, levando porrada de cachorro de rua e etc. E criancinha por que eu já fiquei perdida numa Casas da Banha da Dias da Cruz no Meyer. E foi uma sensação horrível. Tinha aquelas gondolas giganescas, eu não achava mamãe de jeito nenhum. Até que comecei a gritar e ela saiu do meio de um monte de latas de óleo empilhadas perguntando por que eu chorava se ela estava bem ali do outro lado. Detalhe eu tinha 4 anos.
Moral da história: Gato que faz xixi em caixa não se perde na rua. Nem perde o dono.
Eu me prometi: nunca mais eu vou correr atrás de bicho perdido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário